domingo, 8 de dezembro de 2013

Inevitável

A minha ideia de morte.
cortar os pulsos definitivamente
em baixo do chuveiro
a portas fechadas
passada a chave.
Enquanto as águas caem sobre mim
encharcam meus cabelos
e meu sangue é levado para o ralo do banheiro.
Um corte vertical em cada pulso.
Violando minhas veias,
Interrompendo o fluxo de vida.
Sentir o próprio corpo tentando
desesperadamente conter a pressão sanguínea
em vão.
Relaxa organismo, eu não to pedindo permissão.
O sangue esvaindo.
É quase romântico,
uma morte vermelha.
Meio sossegada.
Nua.
do jeito que nasci,
quero morrer.
Acho muito congruente,
devolver
o que um dia eu recebi
sem querer.
Obrigada
mas isso não me valeu de nada.
O que sei de certeza
é que mais cedo ou mais tarde
Isso vai acontecer.

Um comentário:

  1. "Pobre azulejo branco! Vejo a mancha do meu pecado gravada na tua face.
    Sei que tu sustentas sem escolha a hemorragia da minha purificação.
    Vejo escorrendo por teus detalhes tudo que de mim tive de extirpar.
    Eu sinto o seu toque gélido quando de joelhos degusto a dor que me prova estar viva.
    Sinto teu carinhoso abraço quando exausta pelas forças da minha luta, encosto-me com as costas nuas na tua vertical barreira rejuntada.
    Tu me serves muito bem de anestésico quando deixo que me toques as ardentes feridas do meu corpo em prantos.
    Não mais!"
    J.R.

    ResponderExcluir