segunda-feira, 22 de outubro de 2012





Dessa vez eu não posso te tocar
Vejo que tu és como a linha do horizonte
Que recua, se afasta, se distancia.
Quando tento me aproximar.

E eu não posso falar, declamar, recitar,
Se tu já não podes me escutar
Porque essa dor já me consome,
E entre sussurros e gemidos eu balbucio teu nome.

Sei que tudo se foi
Tuas lembranças
Tua presença,
E a única cura para minha doença.

Sei que desta vez não vais me olhar,
Porque miras o futuro
E inevitavelmente, este ser doente que te escreve,
Está retratado no teu passado.

Eu sei que desta vez para mim já não há salvação
Estou aqui perdida, nesta neblina.
Onde não consigo decifrar
O que é verdade ou o que é ilusão.

Porque dessa vez
Não há você em meu desvelo
Para me despertar com um toque
Dos meus terríveis pesadelos.

sábado, 20 de outubro de 2012







Se seu coração sufoca,
Com a certeza do fim
Não sofra antecipadamente
Não machuque sua mente
Não destrua seu coração.
Apenas CHORE.

A loucura do dia a dia suga sua força
Tritura com a solidão opressiva
Fere com palavras ofensivas
E você pensa: “Por que não chega logo meu fim...”
Porque o fim não é a morte
Porque o fim não vai trazer a paz.
Não vai trazer luz...

E quando tudo isso se juntar numa redoma
De dor e desânimo
Numa intolerante e insuportável baixa autoestima,
E você sente a loucura se apoderando de sua mente sã
O ar faltando e a agonia tomando a última réstia de lucidez

Não se entregue.
A batalha pela vida só está começando.
LUTE. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sempre



Sempre chorando no abismo do meu silencio

Sempre presa no espaço limitado da esperança

Sempre caída no vazio de um quarto escuro.

Sempre sofrendo as angústias dessa solidão

Tentando arrancar do peito o coração.

Tentando quebrar as amarras dessa prisão.

Sempre, sempre, buscando o amor...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Estigma da Solidão


Terror nas lembranças
Sinal de marcas no coração
Cicatrizes que sangram pelos olhos
Se derramam em lágrimas dolorosas.

Ais, ais e gemidos ao escurecer.
Sinônimo de uma dor sem igual,
Que vi nascer e crescer
Dentro do meu coração.

Cicatrizes que o coração não consegue conter
E se espalha pelo corpo,
Sangramento que não é somente visível nos olhos
Agora está nos pulsos, na pele...

Dor interior que se transformou em indiferença
Tristeza que se tornou a rotina da vida
Poesia que  é a única terapia.
E sonhos  que agora  são a esperança.

Amargura e sarcasmos vão se acumulando, crescendo
O amor deixou essas marcas no coração, no corpo,
O amor me deixou impossibilitada de amar.
Esta é a  verdade deselegante que me fez chorar.

Com o complexo da nova era,
Com o destino na escuridão
Sou um desses que nasceu casado
Com o estigma da solidão.

domingo, 7 de outubro de 2012

Porque componho o amor?!






Continuo compondo o amor que tu não podes me dar...

Liberdade



Vivo prisioneira em minha própria LIBERDADE. 

Recusas...


E mais uma vez ouvi eles me dizerem:

“Eu queria amá-la,
Mas você não me inspira amor.
Todavia és bela, és doce, todavia
Nasceste somente para a poesia.

“Até queria amá-la como mereces,
Mas não posso forçar o coração desta maneira
Fingir algo que não existe e
Viver nesta brincadeira.”

“Permaneces com teus deleites
Com esse olhar sem cor.
Permanece prisioneira em tua liberdade
Desta arte de fazer versos de amor”.

“Senhorita perdoe-me
És moldura em minha cama,
Anjo perfeito que acaricia meu corpo,
Mas de verdade, meu barco não ancora em teu porto.

E outro vem recitar:
“Como inventar sentimentos que na alma não nasceu,
E que digo ao coração?
Perdoa, continua compondo o amor que não posso te dar.”

Poetas, poetisas, artistas,
Amam tanto e não inspiram o amor
Que sina é essa que me trouxe a poesia
Que moléstia. Que insulto.

Coloca-me nesta prisão...
Com a única missão de compor
Para os outros, os meus versos de amor
E depois viver na eterna solidão.

sábado, 6 de outubro de 2012

Fotografia


Agora é uma fotografia
Pendurada na parede
Que o tempo já deteriorou.

Agora é papel amarelado
Ainda protegido pelo vidro
Daquele porta-retratos.

Mas eu quebrarei o vidro
Que protege essa lembrança
E me desfarei dessa dança

Dessa falsa folia
Dessa fingida alegria
Que foi história

Agora são pedaços de fotografia
E vidros quebrados,
Dessa desventura que eu
Hoje apaguei da memória.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012