quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A realidade é outra


A realidade é outra,
Não é tão mascarada como esta que vejo,
Não é filme do cinema
Nem novela da TV,
Ou peça de Teatro.

Ali ninguém atua. Na realidade,
Estão todos caindo.
Estão todos desesperados
Buscando algo,
E quando não encontram
E quando é difícil,
Vão ficando pelo caminho,
Sucumbindo nesse caminho difícil.

Eu vejo alguns que mesclam as lágrimas com a poeira das ruas,
Ou misturam a dor com anestésicos,
E ficam dopados. Dopados para não sentir, jamais, como é doloroso estar vivo.
Outros misturam a dor com o sangue
E rumam para a morte.

E me lastima o coração,
Doi tanto e tão profundamente,
Porque estou abismada, confusa e desacreditada,
Desta cruel realidade.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

À morte do amor


A tua voz minha bela,
Ouvi ontem a noite da minha janela,
Cantavas uma linda canção,
Sem ritmo e sem afinação
Mas transbordando de emoção- cantava
Estava dançando,
Abraçando o nada
Eu parei abismado,
Havia dor em sua canção
Ela cantava uma canção fúnebre
Com lagrimas caindo no chão.
Ela cantava uma elegia
À morte do amor. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Valsa da dor!



Deitei a cabeça de lado,
Visualizando o imenso céu alaranjado
Formando-se ao fim da janela,
A morte do sol, a chegada do noite. – Que coisa mais bela.

E recordei, maldição é a nossa memória.
Que impregna o coração e  os sentidos,
De coisas que viraram história
De coisas sem sentido.

Eu o recordo.
Aquela paixão torturante que senti um dia- e o amor,
Tento fugir mas todas as lembranças dançam comigo,
A minha triste valsa de dor.

Eu o recordo,
E surge uma trilha de lágrimas no meu rosto morno,
Não é sobre o tempo sobre o sol que morre,
Esse dilema não é pelo som do piano distante.

Esse drama é sobre mim.
E minha maldição histórica- o amor...
Mas eu creio no fim
O tema principal dessa  trama... a valsa de dor.

Foi-me um sonho
Foi-me sorriso
Foi-me amor,
Foi-me versos de poesia
E eu teu compositor!

Arde os olhos ao lembrar
Teu sorriso que perdição
Dói-me o peito ao recordar.
Os Trâmite da minha paixão.

Matou-me o espírito dentro do corpo,
A alma esfacelada deixou,
Porque mentiras e enganos,
Porque sujastes o meu amor...?!

Vês que ser vil deixastes?
Vês que perversa criastes?
Vês que me tornei amante da dor.
Porque me feristes e não há cura,
Para as feridas do amor.

Por favor, que tua sina traiçoeira
Termine comigo,
Que não destrua outro peito
Que não rompas outro coração.

Que em mim se encerre,
Tua trilha de horror,
Que jamais tire outra dama
Para dançar esta valsa de dor. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A poesia


Ela me chama,
Intima-me
Convida-me
Eu não posso dizer não.

Ela me envolve
Com seus afagos mortais,
Com seus suspiros carnais.
Invadindo meus momentos de paz.

Ela sempre me encanta.
Enclausura-me, me aprisiona.
Faz-me enlouquecer, com os olhos em chamas

“Não me tentes não me enlouqueça,
Não arranques o último vestígio
De lucidez- amada perversa.
Não me largue nesse caminho sem volta.

Mas ela não se importa
Ela não me ouve, não quer ouvir,
Apenas toma posse
Da minha alma, da minha vida, do meu existir.

Quebra todas as minhas barreiras;
Em minha mão coloca um objeto
Faz-me sua prisioneira.

Escraviza-me, hipnotiza.
Em transe começa a captar.
Todos os murmúrios do mundo,
E me obriga no papel anotar.

E me obriga a rimar,
E me obriga a harmonizar, a escolher.
As palavras perfeitas.

E quando tento fugir,
Tento escapar,
Se rir de mim
E me diz que marcou meu lugar.

É uma praga, é profecia.
Pois no fim eu vou retornar.
E me render aos pés dela: A poesia.