sábado, 28 de setembro de 2013

Renúncia

Amor não me olhe assim.
Ser eu do meu jeito não é o fim.
Veja bem:
Há tanto fruto que não amadureceu
Há tanta folha que não caiu.
Há tantos sois que ainda não nasceram
Há tantas luas cheias que você não viu.
Há tantas chuvas para serem chovidas
Há tantas mortes para se tornarem vidas
Há tantos corações para vibrar
e ainda não vibraram.
Há tantas noites para cair.
Há tantos outros amores para serem conquistados...
vividos,
desenhados
Declamados...
Amor meu,
não se aflija por mim.
Cá dentro ainda há muitas dores para eu sentir.
Há tantas manhãs para serem acordadas
e cafés para serem tomados
com pão de queijo.
E blues para serem tocados,
e mendigos para serem ajudados
e bombons que vou receber
Há tanta gentileza no meu espírito para ser
compartilhada.
Não,
Não se aflija por mim.
e não me olhe assim...
Há muito de mim
para se perder por aí...
Há muitos adeuses que não foram dados....
Deixe...

Deixe seu primeiro adeus comigo.

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