segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cadeira vazia

Bem senhores, eu li o edital.
E se bem ou se mal
resolvi me inscrever.
Para o número tal.

Eles a ela dizem: "Quem é você?"
Eu sou a poesia.
Posso ocupar a cadeira vazia.
Eu venho todos os requisitos preencher.

Eles se entreolham.
Depois gargalham:
Moça um nome?
És poetisa? Quantos livros escrevestes?! O que você mudou no mundo?

Mas eu sou a poesia.
Eu não escrevi, fui escrita.
Se a cadeira está vazia a mim me pertence.
Eu posso ocupá-la. Já disse, eu sou poesia.

Os senhores permanecem em anedotas.
Os poetas ocupantes das outras cadeiras
confusos.
-Hipócritas.
Saibam, saibam que cadeiras vazias são só espaços.
O que vocês acabam de perder é a verdadeira poesia.

Bem senhores, eu li o edital
e se bem ou se mal,
por julgamento banal.
A cadeira não posso ocupar.

Mas saibam senhores,
Que estou lá na rua,
na esquina, na praça
nos museus, com as traças.

com senhores e senhoras,
meninos e meninas
homens e mulheres.
Porque?
Porque não se muda nada.
Sentado numa cadeira.

A minha vontade?
é que todas estas cadeiras...
que estão preenchidas
Ficassem vazias.

E vocês ditos poetas...ditos escritores
estivesse comigo na rua,
fazendo a arte
e mudando o mundo de todos.

Não se muda o mundo com o que passou
com o méritos conseguidos atrás.
E meus caros...

A poesia não fica sentada.

Um comentário:

  1. Se os meus dedos traduzem a poesia dos meus pensamentos, os meus pés leem a poesia que transborda dos pensamentos teus... caminhando e poetizando...

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