segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O que há de errado



O que há de errado conosco?
Ou com eles?
O que há de errado com as portas de vidro que ficam embaçadas
E você não sabe se o que está depois delas
São apenas manchas ou espectros.

O que há de tão errado com os corais.
Vozes carregadas de uma redenção infernal
Exaltando divindades
Que não existem...
O que está errado?

O que há de tão errado com os meus pés
Que me levam sempre por caminhos errados
Com os balões que se enchem de ar
E esvaziam o meu coração
Ou com as frutas compradas na feira
Que apodrecem no dia seguinte?

O que está errado com os livros encaixotados
Com estes casais de namorados
Com os vestidos de noiva?
Com o fraque do noivo?
Com as alianças nos dedos?
E os desejos escondidos
O que está errado?

O que está errado com essa música
Soando,
Soando dentro da minha cabeça?
Algo está definitivamente errado.

Ah, o que há de errado com o trânsito
Com os pianos
O que há de tão errado com o ser humano?

A bem da verdade eu não sei.
Quero uma bicicleta,
Chinelos nos dedos
Não quero trânsito
Nem saltos nos pés
Quero sair por aí.

Quem sabe retorne
Quando descobrir o que está errado
Ou talvez apenas faça
As pessoas se perguntarem:

“O que  de tão errado há com ela?”


Nenhum comentário:

Postar um comentário