O que há de errado conosco?
Ou com eles?
O que há de errado com as portas de vidro que ficam
embaçadas
E você não sabe se o que está depois delas
São apenas manchas ou espectros.
O que há de tão errado com os corais.
Vozes carregadas de uma redenção infernal
Exaltando divindades
Que não existem...
O que está errado?
Que me levam sempre por caminhos errados
Com os balões que se enchem de ar
E esvaziam o meu coração
Ou com as frutas compradas na feira
Que apodrecem no dia seguinte?
O que está errado com os livros encaixotados
Com estes casais de namorados
Com os vestidos de noiva?
Com o fraque do noivo?
Com as alianças nos dedos?
E os desejos escondidos
O que está errado?
O que está errado com essa música
Soando,
Soando dentro da minha cabeça?
Algo está definitivamente errado.
Ah, o que há de errado com o trânsito
Com os pianos
O que há de tão errado com o ser humano?
A bem da verdade eu não sei.
Quero uma bicicleta,
Chinelos nos dedos
Não quero trânsito
Nem saltos nos pés
Quero sair por aí.
Quem sabe retorne
Quando descobrir o que está errado
Ou talvez apenas faça
As pessoas se perguntarem:
“O que de tão
errado há com ela?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário