segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sob a chuva



Balanço.
Ouve-se o som de um balanço antigo,
Mover-se para lá e para cá...
Sob a chuva
Sob os gritos tenebrosos do trovão...
E ela lá está. Outra vez.
Ou como sempre esteve.
Balançando-se
Para lá
E para cá...
Sob a chuva que não a molha.
Sob os relâmpagos e raios
Que não a ferem.
E ela vira-se,
Angular
Deixando seus cabelos tocarem o chão enlameado.
Bárbaro momento.
O som assusta.
O balanço range.
Para lá e para cá...
E o céu cintila com o trovão
E as luzes do raios...
E a chuva a molha sem nunca molhar...
E ela abre os olhos e me olha...
Balançando-se...
Um olhar vazio e triste...
Um olhar perdido no espaço
De tempo... que nem ela mesma conhecia...
Balançando-se.
Rangendo...
Trovões
Chuvas...
Inércia...
Balançando-se...
Triste.
É passado. Distante.
Longe. Impossível tocar.
Eu choro.
Não sei...se me acostumei aos fantasmas.
Ou se me tornei um deles...

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