segunda-feira, 22 de abril de 2013

Queimam os monges



Fugiram para os mosteiros.
Personagens da dualidade da vida.
Foram-se resguardar da maldade.
Da atrocidade.
Não voltaram.
No mosteiro rezaram.
No mosteiro cultivaram outra vida.
Outra alegria.
Melancolia sem propósito.
O respeito gradual a tudo.
A nada.
Respeito.
Mas o homem. Os outros homens são desbravadores.
Chegam sempre aos mosteiros.
Devastam tudo.
Devastam o mundo.
Dos monges.
Que choram
Que imploram
Que rezam.
E foi nesse cenário.
Vimos os monges queimarem.
A seus corpos.
A libertarem a sua alma.
A defenderem sua utopia.
Ao fim. Não há liberdade no mundo.
Há o caos, há a hermética paciência.
A teoria sem prática.
Há homens que matam para viver.
E vivem para matar.
Há relatividade.
Há gravidade.
Há o horror.
Meus caros, mas não há,
Não há um pingo de amor.
E por isso queimam os monges.
Mesmo sem saber que são monges.
Mesmo sem saber que estão em constante combustão.
Intacto estará seu coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário