sexta-feira, 26 de abril de 2013

O balanço


 E eu nunca mais vi o balanço
Talvez porque eu nunca tive um balanço.
Mas na minha memória, a memória que eu criei era como se eu tivesse.
E naquele balanço por tantas vezes,
Havendo frio ou calor, chuva ou sol, lá estava eu.
Balançando a vida. Balançando o mundo,
Às vezes balançava mais rápido,
Às vezes queria ir mais alto.
Mas sabe, apesar do impulso ser tremendo
Sozinha eu não podia alcançar a altura que desejava.
Nunca houve gargalhadas.
Nem palavras de incentivo. Apoio.
Aquela coisa de “Vai em frente, eu estou contigo”.
Eu podia sentir medo e me corroer pelo medo,
E então eu agarrava as cordas do meu balanço
E mordia os lábios até sangrar.
O movimento do balanço me fazia uma pessoa livre.
Agora estou olhando o lugar vazio,
Onde o balanço deveria estar,
Nostalgia e melancolia.
E por fim a gente da uma volta completa na vida.
E percebe isso quando volta ao mesmo lugar da partida.
O meu balanço não está mais lá.
E eu também não.


Nenhum comentário:

Postar um comentário