Eu vejo Rembrandt
Eu colho maçãs.
Eu faço uma
natureza morta.
Eu vou lá no alto
Na mesa um vinho.
Os copos de
aspargos.
Eu me sinto
sozinho.
Na TV. O quê?
Passa Tarantino.
Na rádio retrô;
Canções do tempo
do meu avô.
Reconheço Ray
Charles.
São cinco da
tarde.
Do dia 02 agosto.
E ainda tenho seu
gosto,
Na minha boca.
E teu toque no meu
corpo.
Faz tanto tempo
que tudo passou.
Mas eu fiquei.
Como uma natureza
morta.
Numa tela de Rembrandt.
Vou me recuperar
do abandono amanhã.
Mas talvez eu
postergue este dia.
E eu beba mais
vinho.
Nesse clima retrô
Ouvindo as canções
do tempo do meu avô.
Eu estou tão
sozinho.
Poeta que sofre
eternamente
Pela perda do seu amor.
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