Estão
encolerizados de coisa nenhuma,
Mas estão com
raiva do mundo.
Das pessoas, das
teologias, das políticas.
E das campanhas.
Coisa medonha. Mas
querem estar lá.
Pontinho invisível
segurando uma faixa.
Hã? O que é mesmo
para gritar?!
Ah é um slogan.
Passem o texto.
Que tem de ser
sincronizado.
Remelexo.
Critiquem. É
sucesso. Dá ibope. Sufoquem!
O preço do tomate
subiu.
Dão chiliques.
E sabem ao menos o
que é a taxa selic?!
Compartilhe.
Publique. Sensualize.
Sua mãe sabe que na
sua idade
Você está cheia de
saliências.
Mas não é questão
de idade.
É educação.
Presença, pai e mãe. Amor.
Paciência. Não há
tempo.
O presente é um
computador.
Cá deste lado.
Estou encolerizada. Farta.
Basta, são tantos
gritos cheios de nada. Que não ecoam.
Eu já disse.
Fazem barulho por
nada.
Vou para lá,
distante, com Fernando Pessoa!
Quem é Fernando Pessoa? –perguntam na
alvorada.
É aquele daquela
frase, compartilhada com uma imagem.
Ah... a imagem...
E dizem: aqui, este é o produto.
E eu pergunto: eu
sei, bonita a embalagem.
Mas cadê o conteúdo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário