Ansiava por
algumas palavras
Bebia daquele
sinistro liquido de ansiedade
E se enfeitava.
Precisava captar
algo daquilo
Que precisava- por
isso assistiu filmes na TV
Lia pilha de
livros
Dobrava maços de
jornais.
Na TV não achou
nada de verdadeiro
Tudo fantasioso
demais.
Um dia desistiu da
TV.
Perdeu o controle
remoto entre seus pensamentos.
Embebedou-se. Já
sabendo que jamais ouviria
Aquelas palavras
que tanto queria
Desistiu das
revistas
E também dos
jornais.
Deixou de lado a
cor.
Trancou-se no
quarto
Já os sons lhe
angustiava.
E perguntava a si
mesma.
“o que faço por
aqui?”
Permaneceu com os
livros
Mas era sacrifício
sair
Para adquirir
novos
E foi ficando,
amando os livros velhos.
Livros repletos de
histórias
Cheios de sangue e
de lágrimas
Dela e de seus
poetas.
Um dia adoeceu.
Transladaram-na
para um hospital.
Doença incurável.
Dessas que nascem
na alma e se espalham pelo corpo.
Tudo poderia ter
sido curado
Com uma frase dita
por alguém.
E então em suas
últimas palavras
Escreveu um verso.
“Eu os amo,
E confesso,
Para que não
morram como eu”.
E deixou as
palavras ficarem
Perdidas pelo ar
Para quem pudesse
ouvir.
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