Eu poderia ter escrito sobre o tempo,
Sobre as abóbadas do teatro ou do céu.
Sobre a música de Ray Charles,
Sobre a geniliadade dos versos do Chico.
Mas hoje me chamou a atenção o teu
chapéu.
Aquele chapéu panamá que você
esqueceu em cima dos meus livros.
Bonito.
Tentei achar um lugar para ele.
Mas ele não se encaixa na minha
mobília.
Na semana anterior um pintor que
me visitava,
Pediu para retratar.
Pediu para que eu usasse. Apenas o
chapéu.
Virou um retrato.
Ontem o músico que por aqui
passava me pediu
Para ajudar numa melodia.
E olhando o chapéu, decidiu
chama-la de panamá.
Hoje o poeta em frente à minha
casa, observando o chapéu,
Escreveu versos sobre como aquele
chapéu era maravilhoso.
Era a lembrança da boemia.
Um malandro.
Agora eu estou na tua porta.
Receba a droga desse chapéu de
volta.
Não quero que nada teu fique
comigo.
Já basta que me disseste que é
como amigo
Que devo lembrar de ti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário