terça-feira, 19 de março de 2013

O chapéu panamá



Eu poderia ter escrito sobre o tempo,
Sobre as abóbadas do teatro ou do céu.
Sobre a música de Ray Charles,
Sobre a geniliadade dos versos do Chico.
Mas hoje me chamou a atenção o teu chapéu.
Aquele chapéu panamá que você esqueceu em cima dos meus livros.
Bonito.

Tentei achar um lugar para ele.
Mas ele não se encaixa na minha mobília.
Na semana anterior um pintor que me visitava,
Pediu para retratar.
Pediu para que eu usasse. Apenas o chapéu.
Virou um retrato.

Ontem o músico que por aqui passava me pediu
Para ajudar numa melodia.
E olhando o chapéu, decidiu chama-la de panamá.

Hoje o poeta em frente à minha casa, observando o chapéu,
Escreveu versos sobre como aquele chapéu era maravilhoso.
Era a lembrança da boemia.
Um malandro.

Agora eu estou na tua porta.
Receba a droga desse chapéu de volta.
Não quero que nada teu fique comigo.
Já basta que me disseste que é como amigo
Que devo lembrar de ti.

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