sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Hipócrita




Beijou-me a face banhada em lágrimas,
Sabendo que as tinha causado,
Sabendo que se eu chorava,
Chorava por ti.

Tocou-me o pulso ferido,
Sangrando, vida vermelha se esvaindo.
Tocou-me sabendo,
Que se sofria, sofria por ti.

Chorei. Pesadelo. O peito apertado, trancada no camarim.
Lá fora, o palco a minha vida. E ele se riu de mim na plateia.
Na encenação, vida real que se demora.
Ele se cansou, levantou e foi embora.

Disse adeus sabendo que me feria,
Ainda assim abraçou-me, apunhalou-me pelas costas.
E deixou cravado aquele punhal de mentiras.
Impossível de extrair.

Nenhum comentário:

Postar um comentário