segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sem pontos de chegada


Vou juntar umas coisas numa mochila
pequena o suficiente para eu carregar
grande o bastante para caber
tudo que preciso.

Vou abandonar meus sapatos.
As roupas e os livros,
só vou levar o que preciso
Uma câmera nas mãos
e papéis em branco.

E vou partir.
Andarei por muitos lugares
Registrarei muitos olhares
e cada olhar dirá
O que é que se passa comigo.

Andarei por essas matas
Apenas trançarei os cabelos
Chorarei e terei os olhos vermelhos
e sozinha ao relento
jamais voltarei a esconder minhas lágrimas.

Deixarei pedacinhos de mim por aí.
Poemas embaixo das portas
e fotografias de anoiteceres.
Há gente por aí que nem mais olha as estrelas.

O mundo não caberá nos meus passos.
E eu não terei saudade em meus braços
tudo isso já não existirá.

E eu serei uma andarilha.
uma nômade
livre em sua própria armadilha
Prisioneira do não pertencimento
amor eu sou como o vento
se você me sentir
verá então que eu existo.

Andarei por todos os chãos
beberei todas as águas.
E viverei todas as coisas
Mas não esperem o meu retorno.
O mundo é só um adorno de algo maior
há muito mais para descobrir por aí.

Eu tenho apenas o ponto de partida.
E muitos pontos de parada.
Jamais um ponto de chegada.

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