quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Admirador de flores mortas

Quintana,
Esses sonhos que eu finjo não mais ver
Esse jardim que eu já não cultivo
essa flores que eu deixei morrer...
Admirando dia após dia,
sem cuidados
sem admiradores,
sem água, a míngua mendigando...
Eu as olhando implorando
uma gotinha...
Essas flores que eu deixei morrer...
porque a única coisa que eu tinha a oferecer eram lágrimas.
Flor nenhuma precisa de lágrimas....
Eu as deixei morrer.
Secarem, perderem o viço
a cor e o encanto.

Quintana,
ao meu próprio jardim
eu lancei esse olhar de quem passa
e não se importa.
Indiferente ao amontoado de flores mortas...
E eu admirei isso...
Que horror! que calamidade!
Eu admirei e cultivei essas flores sem vida.

Quintana,
Foi eu. Quem matou meu próprio jardim.

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