domingo, 8 de julho de 2012

Poetisa




Poetisa

Eu vivo sozinha.
Se me perguntas por que, não sei quem falou.
E sigo a linha.
E curvo os olhos- assim tão sozinha.
-Porque poetisa eu sou.

Se algum homem me procura
Pouco lhe agrada,
Pois falo sou fada
Das noites escuras.

Meus olhos lhe veem
Tal como tu és.
Emite na alma- eles leem.
Te calcam os pés.

Se alguns dos belos moços,
Não foge de mim..
Me diz: “ Tu és bela, não posso tocar-te por fim.

Eu antes prefiro quem diga tolices,
Quem cantes sandices,
E ria de mim, mesmo com a fria brisa.
Perdão os teus olhos me assustam Tu és poetisa.

Meus lábios rosados,
Desejo desperta, eu sei.
Meu corpo delgado,
Poucos sãos os que não veem- também sei.

E por isso se algum moço belo,
Não me foge os passos,
Me diz: “ Tu és bela, mas por outra eu zelo.

Eu antes prefiro no riso tão solta.
O corpo tão natural e a mente concisa.
A paixão já revolta.
Tu não. Isso tu dominas- Tu és poetisa.

Minha pele é como pétala de flor.
É alva como lírio.
É sedenta de amor
E te causa delírio.

E se o moço lindo
Não foge de mim.
Me diz: “ tu és bela” –Sai sorrindo.
Mas não és para mim.

Antes eu prefiro uma pele fogosa
Corada- que visa.
Que me seja uma rosa
Tu não. Tu és poetisa.

Meu seio encurva, belo e rosado.
Como eu falo de flor,
Sou bela, sou doce, mas não sou amada.
Suspiro tristonha, eu quero amor.

E se esse moço belo
Não foge de mim
Fica logo amarelo
E me diz assim:

Teus versos estranhos, me fazem sofrer
Teus risos medonhos me fazem tremer na escuridão.
Teu toque suave me leva a morrer
Tuas palavras ambíguas me fazem confusão.

Mas prefiro ainda,
A bela que sorri
Inocente tão linda,
E não vem a me destruir.

Tu não, tu não tens leito.
Vaga ao longe, no vento e na brisa
Tu não, tu não tens jeito.
Tu és poetisa.

Eu vivo sozinha, chorando
Sou como Marabá que precisa,
Na vida viver amando.
Eu, eu sou poetisa.

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