terça-feira, 3 de julho de 2012

o homem que passa



Meu Deus, tende piedade desses olhos- os meus,
Que olham o homem que passa.
Sem camisa pela praça
Forçando os musculos assim
Tanto que me deixa sem graça.

Tende piedade destes lábios
Que desejam beijar os lábios do homem que vagueia
Desnudo,  pés descalços na areia,
E sorrindo se deixa levar pelo momento.

Tende piedade dessas maos libidinosas
Que percorrem e querem percorrer
O torso, o peito, as costas
Daquele homem que passa.

Meu Deus tende piedade deste coração.
Que bate acelerado no peito,
Sufocando o sono, trazendo insonia, não tem jeito.
Caçadora que sai em busca da caça.
Tendo por presa,
Aquele, aquele homem que passa.

E eu me pergunto senhor,
Como conseguiste por,  traçou e ainda traça
Em linhas tantos pecados, traçando um único ser.
Naquele homem que passa.





Como pode haver tanta maravilha, raça.
Esculpida, na pele, no jeito, no riso, no andar.
E vem o desejo de desvendar
Os mistérios do homem que passa.

Ai meu deus piedade, absolvição.
Pois eu entro na conversa
E se esse homem não presta
Mesmo assim caio no seu jogo de sedução.

E eu me envolvo e quero sentimento
E penso estar apaixonada é real,
Sinto o querer, e quero
Sentimento sim, nada artificial.

Mas piedade da minha alma senhor.
Pois o encanto se dissipa
Quando do outro lado da praça,
Eu vejo o outro homem que passa...

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