Cecília,
Eu também não era assim tão triste,
Foi a solidão, com o dedo em riste,
Na minha face, que me prendeu nessa ilha.
Eu também não tinha essas mãos marcadas,
Os dedos machucados de tanto escrever,
A garganta ferida de tanto segurar,
O choro que queria chorar ao anoitecer.
Eu também não tinha os olhos manchados
De tantas lagrimas de dor.
Nem o coração dilacerado
Pelo sentimento de amor.
É querida,
Eu também não tinha essa penumbra no olhar,
Esse falta de viver na vida,
Eu também queria sonhar..
Mas veio ele com sua maldade,
Zombou da minha inocência, foi verdade!
E me enganou. Foi o amor, usou seu lado mortal,
E me aprisionou nesse mal...
Hoje sou assim, quase nada, quase tudo.
Anciã sem vontade na vida, consumida nesse mundo,
Com um simples missão noite e dia,
Mesmo sofrendo, mesmo chorando, mesmo aos prantos,
Pelo mundo rondando atrás de alguma alegria.
Minha missão nessa vida é fazer poesia.
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