quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Às vezes faz sentido

Ando cega de fé.
De olhos fechados
Para não ver os caminhos por onde ando.
Para não encontrar-me nos mesmos lugares
Torpes e tristes.
Triste.
A triste existência de uma alma
Que suspendeu a vida
Porque estava
Ferida.
Porque não queria viver.
Viver tornou-se inércia. 
Neste suplício de horas.
E nocivas tardes frias
E feias
Que somente os sentimentos dos outros
Suspensos no ar um pouco embelezam.
Nesses momentos os olhos se abrem
porquê já não são meus olhos.
Nesse momentos
Meus sentidos se alegram
Porque já não são mais meus sentidos.
São os rastros
De alguém que passou.
É como quando se sente o cheiro
De um perfume no ar.
Mas você não tem certeza de quem passou e deixou o perfume.
Então essas coisas vem morar dentro de mim.
Mas é como luz fraca.
Meu corpo não retém nada...
Vai saindo
Pouco a pouco.
Uma palavra
Ou outra...
Devagar....
E antes que saia.
Se esvaia...
Eu vejo que aquela vida faz sentido
Sinto até um alívio. Momentâneo
Mas acabo sozinha
Ao fim do poema
Devolva a vida
Que não é minha.
Sinto frio deus.
Tanto frio
Mas suspeito que o frio
Não vem do meu corpo
Vem só buraco
Onde um dia existia meu coração...
Porque eu ando cega de fé
que um dia poderei eu enxergar...

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