sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Complexo de Kafka


Joana era uma barata.
Um dia Joana acordou,
Sentiu-se diferente,
Desses diferentes
Que só quem é diferente entende.
Não quis levantar-se da cama.
Mas cinco minutos depois,
Agoniada ergueu-se.
Sentia-se zonza
Como depois de uma noite
De terrível bebedeira.
Andou vagarosamente até o banheiro,
Como se não soubesse andar mais...
Como se seus pés houvessem sido trocados
Onde estavam todas suas pernas?!
Joana sentia-se mal.
Mas tão mal que quando encarou-se no espelho gritou,
tamanho seu espanto.
Que Deus a ajudasse.
Aquele ser não era ela. Joana estava com a forma
Daqueles seres gigantescos,
Que viviam para se humilhar e maltratar uns aos outros
Que chutavam os animais
E matavam baratas!
Joana tinha a aparência humana.
Não aceitou,
Cambaleou.
Chutou.
Berrou.
Não podia ser. Onde estavam suas asas?
Todas na rua ririam dela.
Seu namorado a deixaria.
Joana não era a mesma.
Por fim decidiu voltar para cama.
Aquilo devia mesmo ser um pesadelo.
Lá pela tardinha Joana acordou.
Correu para o espelho.
Resgatou a imagem. Estava de volta!!!
Que pesadelo! Imagine ser humana...
Piada.


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