domingo, 3 de novembro de 2013

Abaporu


Ah poetas. Poetas vocês perderam suas musas.
Suas musas pálidas, angelicais,
suas musas virgens.
Melhor. Vieram as Teresas,
as Marias….
As garotas de Ipanema.
Com esses saltos,
essas pernas
e essas meias que Tom Jobim não descreveu.
Coisa linda que passa…
e que levava grudado em suas curvas muitos olhares.
que Vinicius ficou tão embasbacado
que não deu conta de criar um soneto.

Vieram essas moças,
essas mulheres
essas senhoras que
não precisaram fazer lição de casa
e tantos outras que aprenderam
com o tempo possuir e despossuir o que bem entendessem
com os neologismos que criassem.
Com os gemidos que emitissem
com os gritos que sussurrassem.

Vieram essas mulheres
minha geração
mulheres pós-modernas
com os pés no chão.
Abaporu da nova civilização.
Mulher.

Essas mulheres
são a miscigenação da poesia.
São as Marias, as Joaquinas, as Gabrielas e as Teresas. Como são sexy as Teresas.
E toda mulher tem uma Teresa dentro de si.
Sem feminismo… essas mulheres não combinam com feminismos
são apenas mulheres,
às vezes doces
às vezes lascivas…

Do tipo, que é o tipo de toda mulher.

Essas mulheres não são de ninguém.
Não pertencem a ninguém…
mas quem elas quiserem serão delas.

E se cruzarem com elas
em algum ponto de seus caminhos,
saibam que não levarão nada delas,
mas deixarão com elas
boa parte de si.

Baseado num poema de Saulo Pessato que por sua vez se baseou em:
Castro Alves, Manuel Bandeira e Tom Jobim. 

2 comentários:

  1. Que delícia navegar pela internet e me perder numa ilha que tem meu nome escrito numa pedra. Ou numa perna. Adorei, Klessya.
    Beijos...

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